Uma bagunça em mim

       Bem, nunca escrevi de fato sobre mim, meus milhares de textos são sobre as milhares de bobagens que encontro, alguns não foram bobagens pois deixaram uma grande parte deles em mim construído, por hora, admito, acho que de fato mudei, não havia percebido mais algo em mim ficou pra trás, algo aqui dentro aquele ar de ser e fazer do meu jeito ficou mais voraz, perdi minha pequena capacidade de confiar e ouvir, não sei explicar porque ultimamente me olho no espelho e não me reconheço mais.
       Foi numa tarde de sexta, estranho, inspiração de repente e de repente as palavras esvaíram-se de mim do mesmo modo como um meteorito (aquele que insistimos em chamar de estrela cadente) cruza o céu, estava sozinha mais fiz questão de vasculhar cada canto, e olhei para a imagem grotesca no espelho, de maneira nenhuma aquele ser seria eu, pensei, era, de fato, era.
       Me vi sem chão, despida de mentiras e negações, me vi olhando o que havia me tornado e agora tentava a todo custo esconder, "O que é você?" perguntei-me, o silencio pairava e as tantas cicatrizes pareciam gritar a sua maneira para aparecer,
       Não havia nenhum som mais uma coisa pequena e insignificante gritava dentro de mim, não sei quantas vezes deixei meu ego ferido tomar posse do meu ser, "Você arranja sempre alguém pra por a culpa, a culpa nunca é sua", coisinha irritante, "Talvez você devesse ficar mais na sua", à uma discussão, minhas milhares de personalidades agora brigam entre si e é difícil distinguir qual é qual, "Talvez devessem todos se acalmar, acho que a uma solução viável para todos", "Olha lá, sempre querendo resolver tudo pra todos, olha só, nem todos podem estar sempre felizes", okay, okay, pensa, pensa, "Não adianta, olhe a sua volta estão todos felizes enquanto você sorrir por nada", "Não acho justo, as coisas estão indo bem", "O que de fato, você não acha justo coisinha?", "Pera lá sem insultos a minha dignidade", "Onde estão os sãs neste lugar?", "Você deveria pensar melhor sobre o que faz.", "Você deverias ser menos intrometido", "E você deveria estar 5 quilos mais magro", "Você também não estar bem, uma coisa só para arrumar e olha só, deixou sem vida", "Vocês se preocupam demais.", "E você de menos.", "Porque sempre que resolvemos conversar as coisas ficam desse jeito?", "Se bem me lembro você não é aconselhável a tomar decisões não recebeu boas notas para isso", "Vocês feriram os sentimentos e agora eles estão a chorar", "Grande coisa, também matamos o amor e ninguém se manifestou", "Onde está o concelheiro?", "Eu o chamei a mais de uma hora, mas ele diz que não consegue se decidir.", "Pois bem, e o que fazemos?", "Não estás vendo que é o que estamos a discutir."
       Calem-se todos, o grito ecoou no espaço, "E depois de tudo, a senhorita voz aparece", vocês transformam tudo que fazem em bagunça, precisamos apenas de uma dose de esquecimento e as coisas voltaram ao normal, "Não acho que esquecer seja o melhor a se fazer, esquecemos de detalhes importantes, visto que só eu lembro e sou sabia demais ao ponto de espalhar tais coisas, posso aconselhá-los para lembrar-se de todos os detalhes antes que fique difícil", "Eu quero entender porque ainda paramos para ouvir tal loucura", "Pois bem, por decisão da maioria visto que somos democráticos esquecemos tais problemas?" "Sim" - Disseram todos em uníssono, "Então assim será".
— Myllena Maryna

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