“Eu não gosto do perfume abusado que você usa quando vai sair a noite, ele te deixa ainda mais irresistível e isso é ruim, não gosto. Eu não gosto do modo como você olha para as outras, não gosto de saber o quanto elas adoram isso. Eu não gosto de quando você me chama para dançar em público, odeio quando você se esquece de propósito que eu morro de vergonha disso. Eu não gosto de vê-lo dançar e não poder seguir o teu embalo. Eu não gosto quando você me questiona sobre o que fazermos depois do encontro, me entedia responder perguntas tão óbvias. Eu não gosto do teu violão velho de quatro cordas, ele me lembra a época que você costumava tocar para mim. Eu não gosto de ligar o rádio durante o café da manhã e ouvir nossa música tocar. Eu não gosto de tuas recaídas pós-cigarro, não gosto da maneira como traga e expulsa a fumaça daquele jeito tão sexy, tão seu. Eu não gosto daquele seu pijama azul marinho desbotado, ele te deixa fofo e assim não dá, eu não posso. Eu não gosto do seu aquário decorado sem peixes instalado no canto da sua sala de estar. Eu não gosto quando me prepara macarrão instantâneo e bola todo aquele clima romântico como se estivéssemos num restaurante chique. Eu não gosto que me chame de amor, pois sei chamaria qualquer uma outra desse jeito, embora eu também saiba que sou a primeira em tua lista. Eu não gosto que me chame pelo meu nome certo, pois penso que está chateado, e não, não gosto disso. Eu não gosto do fato de você não me ligar quando vai sair da cidade. Eu não gosto quando me manda mensagem no meio da noite dizendo que está bêbado e desnorteado, e que queria que eu estivesse ocupando o outro lado de sua cama. Eu não gosto do jeito que você me encara quando eu estou com raiva de você, não gosto quando me sorri descaradamente para que eu também sorria, fazendo, assim, eu parecer boba. Eu não gosto de brigar com você, porque eu sei que isso é mais que motivo para que você faça o que te der na telha. Eu não gosto de fazer as pazes com você, pois isso me faz sentir vulnerável, involuntária, sem o controle de minhas próprias rédeas. Eu não gosto de lembrar o quanto te preciso, eu me nego, me esforço, me entrego a qualquer outra coisa que me faça esquecer. Eu não gosto de minha pessoa sem você comigo. Eu não gosto de ficar sozinha, mesmo quando finjo ignorar teus braços ao redor de meus quadris. E eu não gosto disso que estou fazendo agora, não gosto gastar meus dedos escrevendo sobre você. Não gosto, mas escrevo, já que não posso dizê-lo, já que você não pode me ouvir.”
Por Lívian M.
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