— Oi.
— Oi.
— Posso me sentar?
— Já sentou.
— Sinto tua falta.
— Eu também.
— Então, o que te impedia de vir atrás?
— Apenas eu sentia, tu sabe.
(ela acende um cigarro)
— Quer? 
— Não, obrigado. E desde quando tu fuma?
— Desde quando eu sinto falta de alguém que pouco se fode.
— Como assim? Tu tá sendo injusta, na boa, sou sempre eu que corro atrás de ti, sempre eu que te procuro…
— E sempre tu que vai embora. 
— Tu tá diferente comigo.
— Nada. É que eu cansei das tuas indas e vindas, da tua indecisão e da tua canalhice.
— Eu ainda te amo, mulher, tu sabe disso.
(ela dá um trago e desvia o olhar)
— Eu lhe perdi mesmo desta vez, certo?
— Tu nunca me teve. Nós eramos paixão, orgulho, medo, tesão, saudade, mas amor… nós nunca fomos. Amor é outra coisa. O amor é clichê, é um beijo roubado no meio da briga, é vontade de ficar junto, de casar, é planejar um futuro juntos, ser forte, é quando por mais gostosa que seja a guria que passe na tua frente, tu não a deseje… simplesmente porque tudo o que tu quer está bem na tua frente. O amor é entrega, sabe? Mas tu não é forte o suficiente para se entregar para algo que te dome.

Victória B, 

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